quinta-feira, 23 de março de 2023

A cannabis como tratamento para doenças degenerativas




O  uso da cannabis tem crescido em vários países, inclusive no Brasil. De acordo com a Kaya Mind, são quase 190 mil pacientes que fazem o uso da planta para uma variedade de condições médicas no país.  

Dentre elas, a maioria das doenças degenerativas, o que têm chamado bastante atenção. Vários relatos de pessoas com Doença de Parkinson e Alzheimer, por exemplo, têm mostrado resultados promissores. 

Mas afinal, a cannabis pode mesmo ser útil para condições como estas? 

O que é doença degenerativa mesmo? 

Antes de entender se a cannabis pode ser ou não uma solução, você sabe quais as condições que realmente entram na lista de doenças degenerativas? Ou o que define se uma doença pode se encaixar nessa classificação?  

Não? Então continue lendo! 

Trata-se de lesões nas células que podem afetar várias partes do corpo, como a visão, os músculos, os vasos sanguíneos, os ossos, os tecidos e muito mais.  

De acordo com o neurologista André Millet, são doenças que fazem com que as células do cérebro funcionem incorretamente, o que leva a problemas de movimento, memória e outras funções cerebrais. 

Outro problema é que estas doenças são crônicas e contínuas, ou seja, afetam o corpo continuamente e de forma irreversível.  

E consequentemente há uma piora progressiva dos sintomas, limitando aos poucos as funções básicas do organismo.  

Não se sabe exatamente o que causa essas doenças, mas acreditamos que elas podem ser o resultado de uma combinação de fatores, como genes, coisas ao nosso redor, o ar que respiramos e os alimentos que comemos. “acrescenta o neurologista. 

Principais doenças degenerativas 

Antes, é importante ressaltar que há duas classes de doenças degenerativas:  

De acordo com o neurologista, ainda não se sabe ao certo se há alguma forma de prevenção.  

Acredita-se que alguns sinais podem ser observados anos antes da manifestação clássica dessas doenças do jeito que as conhecemos, como transtornos de olfato e sono, o que leva a crer que hábitos de vida estejam relacionados com seus desenvolvimentos.

Tratamentos e o uso da cannabis para doenças degenerativas 

Infelizmente ainda não há cura ou tratamentos específicos para as doenças degenerativas. 

O uso de medicamentos ou mudança do estilo de vida, ajudam a aliviar os sintomas e proporcionar uma qualidade de vida melhor.  

A cannabis medicinal tem crescido como uma opção para condições degenerativas. Principalmente por melhorar a qualidade de vida.  

Ela funciona através do Sistema Endocanabinoide, um sistema que trabalha à nível molecular ajudando a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio de várias funções do organismo. 

Se uma pessoa está com dor, por exemplo, este sistema envia os chamados canabinoides (produzidos pelo corpo) que sinalizam que algo está errado e precisa ser corrigido.  

A cannabis também possui canabinoides, que funciona de forma parecida com os nossos. Os mais conhecidos são o CBD (canabidiol) e o THC (tetrahidrocanabinol). 

Mais qualidade de vida 

Até hoje, não há nenhuma evidência de que a cannabis trata doenças degenerativas, e muito menos que leve à cura. O seu papel é amenizar os sintomas, como dores, insônia, rigidez muscular e memória. 

Em 2017 um estudo publicado no Journal of Alzheimer’s Disease sugeriu que o THC pode ajudar a reduzir os sintomas de alucinações e agitação em pessoas com demência, incluindo Alzheimer. Alguns outros estudos também sugerem que o canabidiol pode ajudar a diminuir a dor associada à rigidez muscular e os tremores associados à doença de Parkinson. 

Isso porque ela possui poucos efeitos colaterais e ajuda o corpo como um todo, ou seja, ele pode influenciar todo o sistema endocanabinoide, o que envolve sono, fome, foco, humor, funcionamento do intestino, sistema nervoso e sistema imunológico.  

“Os efeitos falados já são observados hoje por alguns pacientes. Alguns desses efeitos são mais comuns que outros.”, acrescenta o neurologista.  

Contudo, o médico lembra que as doenças neurodegenerativas progridem em intensidade, piorando com o tempo, com, sem ou apesar do tratamento. Logo, não existe uma data certa para terminar o tratamento. 

Faltam mais estudos 

Por outro lado, de acordo com o neurologista, o uso de cannabis para tratar doenças neurodegenerativas ainda é um assunto controverso e os estudos sobre o tema ainda são limitados. 

“Não é sensato recomendar um tratamento exclusivo com os compostos, porém, temos estudos animadores sobre o futuro. 

Imagine a possibilidade de ter como alvo diversos sintomas com uma medicação apenas? Controlar o sono, ansiedade e dor com perfil de efeitos colaterais bem mais tolerável a longo prazo. Seria incrível, não seria?”, complementa. 

Contraindicações 

Por mais que a cannabis seja um tratamento mais natural e com pouquíssimos efeitos colaterais, a cannabis também tem as suas contraindicações. 

Os canabinoides pode ser prejudicial para algumas pessoas, portanto é importante falar com seu médico antes de iniciar um tratamento. 

Segundo o neurologista, a cannabis não pode ser administrada por gestantes ou quem amamenta, pacientes com transtornos psiquiátricos psicóticos, fibrilação atrial. Quase todos mais relacionados ao THC. 

“E, claro, alguma intolerância especifica a algum componente.”, completa. 




Fonte: Cannalize 





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