Os animais, expostos ao ácido valproico (VPA) ainda na fase embrionária, apresentaram prejuízos cognitivos, dificuldades de interação social e comportamentos repetitivos – características comuns no autismo.
Após o tratamento com CBD, houve melhora significativa: os roedores mostraram aumento da sociabilidade, restabelecimento do processamento de informações e reversão de déficits cognitivos.
Os resultados reforçam o potencial do canabidiol como alternativa terapêutica, embora ainda em fase pré-clínica, destacou o pós-doutorando João Francisco Cordeiro Pedrazzi, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), sob supervisão do professor José Alexandre Crippa.
Estudos clínicos em andamento
Embora o uso de CBD em pacientes com TEA já aconteça de forma off-label, os pesquisadores ressaltam a necessidade de estudos clínicos robustos. Pedrazzi informou que sua equipe finalizou recentemente um ensaio clínico comparando CBD e placebo em crianças autistas, com resultados a serem divulgados em breve.
Hoje, as opções de tratamento incluem principalmente terapias comportamentais e medicamentos como antipsicóticos e antidepressivos, que podem gerar efeitos colaterais de longo prazo. Nesse cenário, o CBD surge como uma alternativa que merece investigação mais profunda.
No Brasil, o acesso ao canabidiol vem avançando. Desde 2023, o SUS em São Paulo distribui gratuitamente medicamentos à base de CBD, medida que aumenta a possibilidade de pacientes testarem o composto de forma segura. Para os pesquisadores, ampliar estudos multicêntricos e registrar medicamentos específicos para o TEA será essencial.
Fonte: Sechat

Nenhum comentário:
Postar um comentário