terça-feira, 26 de junho de 2018

Parlamento de Portugal legaliza uso de medicamentos à base de maconha

O Parlamento de Portugal aprovou nesta sexta-feira um projeto de lei para legalizar medicamentos à base de maconha, após rejeitar propostas anteriores para permitir que pacientes plantassem a droga em casa. O projeto de lei agora irá para a sanção do presidente Marcelo Rebelo de Souza e deve entrar em vigor no dia 1º de julho.

Apenas um partido, a legenda de centro-direita CDS-PP, se absteve da votação no Parlamento que legalizou a prescrição de remédios à base de maconha para tratar dores crônicas, transtorno de estresse pós-traumático, efeitos colaterais do tratamento de câncer e outras doenças. Os medicamentos poderão ser comprados com receita médica em farmácias. O cultivo individual da planta, porém, não foi aprovado.

A decisão era muito esperada por pessoas como Paula Cristina Rocha, de 51 anos, que sofre de epilepsia e começou a usar há pouco mais de um ano o canabidiol (CBD), um dos componentes que não tem propriedades psicoativas da cannabis, nome científico da maconha. Graças ao tratamento prescrito por um neurologista brasileiro, a portuguesa viu suas crises epilépticas diminuirem: de 60 a 80 por mês passou a ter apenas uma dezena.

Paula foi incentivada a tomar o medicamento pela irmã Maria João Rezende, uma enfermeira que faz parte da associação Cannativa, que milita pela legalização da cannabis para uso terapêutico. Num comunicado, a associação celebrou a adoção da proposta de lei. 

— Em Portugal, os médicos rejeitam prescrever a cannabis terapêutica porque os produtos não estão regulamentados. E sem receita, não temos direito a importá-los — explica Maria João, que compra o medicamento de sua irmã dos Estados Unidos. — Me sinto uma pequena traficante, mesmo que não seja uma droga para ninguém. 

Extra

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